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Baba Aziz – O Príncipe Que Contemplou Sua Alma

Um Convite à Jornada Interior
25 de junho de 2025 por
Aurora Celene

Queridas Pérolas, almas em busca de sentido e beleza, 

Hoje, meu coração transborda ao compartilhar com vocês uma obra que é pura poesia em movimento, um sussurro do invisível que nos convida a uma das mais belas jornadas: o encontro com a própria Alma. Refiro-me ao filme "Baba Aziz – O Príncipe Que Contemplou Sua Alma", do diretor Nacer Khemir, uma fábula mística que se desenrola nas areias infinitas do deserto. 

A trama nos apresenta o velho dervixe cego, Bab'Aziz, e sua neta, a curiosa Ishtar, em uma peregrinação através da vastidão dourada. Guiados pela fé, eles buscam um encontro lendário de dervixes, que ocorre a cada trinta anos em um lugar desconhecido, revelado apenas àqueles que estão verdadeiramente prontos. Ao longo do caminho, suas almas se entrelaçam com as histórias de outros viajantes, cada um em sua própria busca por amor, perdão ou sentido. 

Mas, além da narrativa aparente, "Baba Aziz" é um convite à contemplação profunda, uma tapeçaria de símbolos que nos fala diretamente ao coração:

  • O Deserto: Ah, o deserto! Ele se revela não como um vazio árido, mas como um espaço sagrado de purificação e silêncio. É onde as distrações do mundo se desvanecem, e somos convidadas a nos despir das camadas da personalidade para ouvir a voz mais profunda de nosso Ser. Uma vastidão que espelha a imensidão da alma a ser explorada. 

  • A Cegueira de Bab'Aziz: Longe de ser uma limitação, a cegueira do dervixe é a mais bela das visões. Ele enxerga com os olhos da Alma, percebendo as verdades sutis que a visão mundana muitas vezes obscurece. É o símbolo da sabedoria que transcende o visível, da intuição que nos guia para além do racional. 

  • A Contemplação do Príncipe: A própria história que dá nome ao filme é um portal. O príncipe que se debruça sobre a água e vê não seu reflexo, mas sua Alma, nos inspira a abandonar as aparências e mergulhar na essência. É o desapego do ego em favor da busca pelo sagrado que reside em nós. 

  • A Gazela: Essa criatura etérea, que o príncipe segue para além de seu reino, é o chamado divino, a intuição pura que nos convida a abandonar o familiar e embarcar em uma jornada de fé e transformação. É a melodia que a alma sussurra, guiando-nos para o desconhecido. 

  • A Música Sufi: A trilha sonora não é um mero acompanhamento; é a própria linguagem da Alma. As melodias e cânticos nos conduzem a um estado de meditação, revelando que a arte, em sua mais pura forma, é um caminho direto para a união com o divino, uma ponte entre o terreno e o transcendente. 

  • As Histórias Contadas: As narrativas de Bab'Aziz a Ishtar são como sementes de sabedoria plantadas no coração. Elas nos lembram que a verdade se manifesta em parábolas, em fábulas que nos ensinam a humildade, o amor e o desapego, desvendando os mistérios do universo de forma acessível à alma. 

"Baba Aziz" é um convite gentil e poderoso para desacelerar, para silenciar o ruído exterior e para sentir o deserto que nos habita – não como um lugar de solidão, mas como um espaço de encontro com o Infinito que somos. 

E você, querida leitora, tem se permitido contemplar a sua própria Alma? Quais desertos você tem cruzado em sua jornada interior? Quais símbolos têm se revelado a você, apontando para o seu verdadeiro Ser? Que essa obra de arte seja um novo espelho em seu caminho, inspirando-a a seguir o sussurro da sua própria Alma, confiante de que a verdade mais profunda reside no silêncio do seu coração. 

Com a luz que emana do encontro com a Alma, 

Aurora Celene 💫